Sertão Central: Vereadores de Milhã questionam transferência de servidores e cobram explicações do prefeito

Vereadores do PSD no município de Milhã, no Sertão Central, Alzivam Pinheiro e Ecivando Pinheiro, participaram na tarde desta segunda-feira, 01, do Programa Repórter Ceará, da Rádio Campo Maior AM 840. Os parlamentares fizeram um balanço das ações legislativas e das cobranças e propostas defendidas na Câmara Municipal daquele município.

Alzivam e Ecivando iniciaram a entrevista destacando a reforma da Lei Orgânica de Milhã, aprovada no final do ano de 2012 e que teve como uma das principais modificações a retirada da licença-prêmio dos funcionários públicos. “Houve uma falha por não terem lido peça por peça das alterações. Os vereadores confiaram na assessoria jurídica e acabou ocorrendo esse problema. No início deste ano nós descobrimos esse erro e já foi corrigido”, afirmou Alzivam.

Vereador Ecivando Pinheiro (PSD)

Uma das principais lamentações dos vereadores é a transferência de aproximadamente 90 funcionários públicos removidos, segundo os parlamentares, sem explicação plausível.

Para o vereador Ecivando, o clima de campanha por parte do prefeito Otacílio Macedo (PP) ainda prevalece no município e a perseguição tem sido imposta aos servidores: “Após assumir, uma das primeiras atitudes do senhor prefeito foi transferir mais de 90 funcionários de seus locais de trabalho, funcionários esses que estavam há cerca de 4 a 5 anos prestando serviço em uma secretaria. Na verdade, ele não fez nem transferência, baixou uma portaria onde nem ele assinou, quem assinou foi a secretária de educação, e para terminar, ele tirou o Pró- cidadania da cidade, que prestava um bom serviço,  tinha um contrato até 2014 e, além do contrato, estava na previsão orçamentária do município.Mesmo assim, colocou todos para fora”, afirmou.

Vereador Alzivam Pinheiro (PSD)

Alzivam afirmou que a Câmara não teve conhecimento da portaria nem os fatores que motivaram a atitude: “Na verdade só chegaram à Câmara as reclamações da população e em nenhum momento os motivos das transferências no município”.O entrevistado ainda questionou a ausência do prefeito: “A população encontram-se angustiada com os problemas e nem a casa do prefeito se sabe onde é, pois a anterior está de cadeado fechado”.

O parlamentar revelou ainda que um professor com especialização em matemática foi transferido para uma escola para ministrar aulas na educação infantil e que o local de trabalho fica aproximadamente há 50 quilômetros de sua residência, o obrigando a realizar quatro viagens para cumprir os dois expedientes: “Esse professor adentrou a justiça solicitando o retornou ao seu local de origem [...] Não há outra justificativa a não ser a perseguição política porque esse mesmo professor não acompanhou o atual prefeito”.

O município de Milhã, que é um dos mais atingidos pela pior seca dos últimos 50 anos, tem sofrido fortemente com a falta de água. Diante do quadro, os vereadores lamentaram a falta de ações mais efetivas. De acordo com Alzivam a população procurou os legisladores para a realização de uma manifestação devido à situação, que é considerada precária: “Quem tem um pouco de dinheiro compra água mineral, compra uma pipa d’água e quem não tem passa sede. Tivemos essas chuvas na região, que vem amenizando a situação, mas ainda é crítica e aí nós tivemos também um prefeito que foi eleito com muitas promessas, prometeu muitos empregos e adentrou na administração em janeiro tentando cumprir essas promessas de campanha e fez uma enxurrada, jogou gente contratada e comissionada e no mês de fevereiro começou a tirar o pessoal porque não tinha condições de pagar”, denunciou.

Os vereadores lembraram ainda a conquista da adutora emergencial concedida pelo Governo do Estado e destacaram o projeto futuro de construção de outra adutora que levará água do açude Patú, em Senador Pompeu, para Milhã com o objetivo de suprir as necessidades de água da população.

Postado por: Jornalismo - SMC